Avaliação: Chevrolet Cruze Sedan LTZ 2015
Novo estilo, mais equipamentos e levemente mais econômico
Por Jorge Augusto
Fotos: Marcelo Alexandre
O Cruze Sedan já é um velho conhecido do mercado brasileiro. Nos últimos anos, o modelo vem tendo uma performance de vendas mediana, na categoria onde está inserido. Sua última atualização aconteceu salão do automóvel de 2014 (em São Paulo). Na oportunidade, a Chevrolet apresentou a segunda geração da família Cruze. Esteticamente, as mudanças foram pequenas. Mas a família Cruze recebeu algumas outras mudanças que só podem ser percebidas com o uso do carro. Nessa matéria, destacamos essas mudanças na versão sedan LTZ.
Novo desenho só na dianteira
As mudanças na carroceria foram concentradas apenas na parte da frente do veículo. Assim, o para-choque foi redesenhado. A grade bipartida traz novos elementos e incorpora barras cromadas na versão topo de linha LTZ. A família Cruze foi a primeira na Chevrolet a receber as luzes de posição diurnas como item de série. Formadas por LEDs brancos, e localizadas sobre os faróis auxiliares, eles facilitam a visualização do veículo por outros moto ristas e pedestres durante o dia. Elas se acendem quando o moto r é ligado. Esse novo estilo deverá ser aplicado em outros modelos da marca, em futuro próximo.
Na lateral, a mudança vista é novo desenho das novas rodas de alumínio de 17 polegadas na versão LTZ. Na traseira, não existem novidades, mantendo o desenho já conhecido.
Interior aprimorado
Assim como aconteceu na mudança da S10 e da Trailblazer, o novo Cruze 2015 também recebeu um novo acabamento interno “Premium”. Dessa forma, os bancos, as laterais de portas e painel passam a ser revestidos em couro bicolor (Brownstone e Jet Black) com costura pespontada. Também é percebida alguma melhora no isolamento acústico. O carro está mais silencioso na rodagem. A cor marrom traz ainda uma outra vantagem: ela suja bem menos, mantendo o aspecto de “novo” por muito mais tempo.
Novos equipamentos
A linha 2015 recebeu algumas melhorias. Como já aconteceu em modelos mais antigos da Chevrolet (como Vectra), o novo Cruze volta a ter vidros elétricos com levantamento automático, assim que o usuário trava as portas pelo controle re moto . Sempre que o usuário opta por fechar o carro pelo controle re moto , todos os vidros são sempre fechados. Mas existe uma forma de trancar o carro e deixar os vidros abertos. Para isso, basta apertar o botão da maçaneta da porta, com a chave no bolso. As portas se trancam, deixando os vidros abertos.
Outra novidade é a possibilidade de acionamento do moto r por meio de uma tecla no chaveiro do veículo. Esse recurso é o mesmo que está presente na Captiva V6 e no Camaro . Este item de partida-remota é um dos novos diferenciais da versão LTZ e exclusivo na categoria. A principal utilidade disso é acionar o ar-condicionado do carro, mesmo antes de entrar no carro, estabilizando a temperatura do interior. Para isso, basta pressionar uma vez o botão de trancar o carro e depois pressionar e segurar o botão de partida remota. O moto r se liga, acionando o ar-condicionado. Mas para dirigir o carro, o moto rista precisa estar dentro do carro com a chave presencial, para liberar a alavanca de câmbio. Se o moto rista, depois de ligar o carro remotamente, não abrir a porta e entrar no carro, o mesmo se desliga automaticamente depois de algum tempo.
Os equipamentos tradicionais
A Chevrolet manteve a configuração dos equipamentos no Cruze. Assim, desde a versão LT de entrada, o Cruze vem equipado com controles eletrônicos de tração e estabilidade (ESP), airbags frontais e laterais, cinto de segurança de três pontos em todos os assentos, sistema isofix para a fixação de cadeirinhas infantis e trava interna antissequestro no porta-malas. Também estão presentes ar-condicionado eletrônico de simples zona, direção com assistência elétrica progressiva, retrovisor interno eletrocrômico, som com conexão bluetooth e suporte a comando por voz em português e volante ajustável em altura e profundidade.
A versão topo de linha LTZ (avaliada aqui) acrescenta sensor de chuva e crepuscular, câmera de ré com gráfico para o auxílio a manobras, navegador com GPS e tela sensível ao toque, airbags laterais do tipo cortina, sistema presencial de abertura das portas e de acionamento do moto r por meio do botão Start/Stop no painel. Mas a Chevrolet perdeu a chance de incluir o recurso de TV digital (de fábrica) em sua central multimedia, como já acontece no novo Corolla. A Chevrolet disponibiliza a TV digital, como acessório apenas para a versão LT.
Central My Link
Certamente, um grande diferencial do carro é justamente sua avançada central multimedia. Essa central conta com interessantes características, como: tela touch-screen de sete polegadas, CD player compatível com MP3, entrada USB, entrada auxiliar P2, conexão Bluetooth completa (viva-voz e reprodução de música digital sem fios), visualizador de fotos, navegador GPS e amplo reconhecimento de voz. Apenas falando com a central, o usuário pode interagir com a agenda e realizar ligações telefônicas, como também dar ordens para a navegação, e controle das funções do áudio. E tudo isso em português do Brasil.
É um fato que o sistema MyLink se destaca por uma interface verdadeiramente intuitiva e de fácil navegação. O usuário pode escolher usar as teclas cursoras do rádio, ou fazer uso da tela touch screen. E as funções se estendem à configurações do carro, como o destravamento re moto das portas, iluminação e o volume de áudio compensado pela velocidade.
A grande funcionalidade da central pode ser vista na navegação GPS. Além de gráficos de boa qualidade, a central é ágil na operação. Concorrentes como Toyota Corolla, Nissan Sentra e Hyundai Elantra trazem centrais mais lentas no processamento. No Cruze, um Zoom In ou Zoom Out, é realizado quase que instantaneamente. As instruções de navegação também são claras. Aliás, antes mesmo de começar a navegar, o sistema exibe um sumário que permite mudar configurações do trajeto, como percurso mais curto, rápido ou ecológico. A base de dados contida na central também é bastante ampla, com informações de bares, restaurantes, centros de compra, locais turísticos e postos de gasolina. E quando o tanque entra na reserva, a central pergunta automaticamente se o moto rista que conduzir até o posto mais próximo. Por fim, quando o trajeto é estabelecido, a central auxilia com ilustrações gráficas ampliadas, manobras mais complicadas, como quando o carro se aproxima de uma “trifurcação” e o moto rista precisa pegar a saído do meio.
Melhor Desempenho
Além da recalibração do moto r Ecotec 1.8 Flex, o Cruze passa a contar com a nova geração da transmissão de seis marchas, batizada de GF6-2. Podendo equipar tanto o modelo sedan, como o hatch (Sport6), a transmissão entrega maior agilidade, como também mais suavidade nas trocas. Ainda que praticamente todos os concorrentes diretos do Cruze usem moto res 2,0 litros, a Chevrolet preferiu a continuidade do moto r 1,8 litro. Segundo o fabricante, a tendência global é de redução no tamanho dos moto res, utilizando novas tecnologias em busca de melhor performance com maior eficiência. Para o fabricante, o moto r que equipa o Cruze, tem como coletor de admissão variável, duplo comando de válvulas continuamente variáveis, e resfriamento dos pistões por jato de óleo. Assim, o Cruze atende ao desempenho esperado pelos seus clientes.
O Cruze vem equipado com moto r da família Ecotec 1,8 litro – 16 válvulas. Com essa configuração, o moto r entrega 144 cavalos quando abastecido com etanol e 140 com gasolina, a 6.300 rpm. O torque máximo é de 18,9 kgfm e aparece nas 3.800 rpm. Com gasolina, o torque é de 17,8 kgfm, na mesma rotação.
Segundo o fabricante, em comparação com o antecessor, o modelo 2015 com câmbio automático de seis marchas foi até 1,2 segundo mais rápido na aceleração de 0 a 100 km/h, com 11,4 segundos quando abastecido com etanol. Como o tempo de troca de marcha está até 50% mais rápido, existe menor perda. Já a velocidade máxima é de 197 km/h.
A nova caixa de câmbio automática também está mais inteligente. Ela é capaz de efetuar reduções duplas e triplas, ou seja: Com o carro transitando em sexta macha de forma suave, numa forte aceleração, o câmbio pode reduzir de sexta para terceira marcha. A transmissão também aciona automaticamente o freio moto r quando o controle de cruzeiro está acionado, mantendo estável a velocidade selecionada em decidas.
Outra mudança importante está na melhora do consumo de combustível. Segundo a Chevrolet, a economia varia de 2 à 5%, dependo da forma de condução do moto rista. Mas a Chevrolet ainda não participa do programa de etiquetagem do INMETRO para comprovar essa melhoria oficialmente.
Dirigibilidade
Ainda que a mudança seja pequena, a dirigibilidade está melhor no novo Cruze. De forma geral, o comportamento do carro está mais “liso”. As trocas de marcha acontecem em momentos mais corretos. Assim, o carro nem estica desnecessariamente as marchas em acelerações, como também não deixa o carro solto em descidas, com velocidade constante. O conjunto moto r e câmbio está “conversando” melhor. As situações onde mais se percebe isso são nas acelerações curtas, dentro da cidade. A nova programação deixou a operação mais inteligente.
Mas ainda falta ao Cruze um moto r mais potente. Ainda que a Chevrolet fale em downsize para a economia de combustível, o fabricante não inclui o recurso do “turbo” para melhorar a eficiente térmica do conjunto. Com o moto r 1,8 litro flex, o Cruze Sedan fica um pouco fraco quando comparado a seus concorrentes diretos, principalmente na estrada.
Mas se o powertrain não empolga tanto, o conjunto de suspensão do Cruze ainda está entre os melhores da categoria. O Cruze ainda tem o melhor compromisso entre conforto e estabilidade. O modelo é verdadeiramente confortável, ao mesmo tempo que entrega uma suspensão robusta para as péssimas condições de rodagem das ruas brasileiras. A escolha de rodas de 17 polegadas com pneus de medida 225/50 contribuem com o conforto.
Usabilidade
Hoje, o Cruze Sedan é um carro mediano em praticamente tudo, naquilo que se refere ao uso cotidiano. O porta-malas de 450 litros está bem na média da categoria. O entre eixos de 2,68 metros também fica na média da categoria. Assim, o Cruze Sedan nunca é o melhor, e também nunca é o pior. O ponto mais expressivo do Cruze, em relação a seus concorrentes diretos, é o fato dele ser um carro gostoso de dirigir no dia a dia. O conjunto mecânico agrada bastante o moto rista que passa muito tempo atrás do volante, em trânsito urbano.
Segurança
O Chevrolet Cruze Sedan LTZ vem de fábrica com os principais sistemas de segurança com 6 air-bags, alarme antifurto com detector de movimento e sistemas de segurança ativa como: Controle Eletrônico de Estabilidade e o Sistema Eletrônico de Tração que evita que as rodas patinem.
Preços
O Cruze Sedan LT parte de R$ R$ 74,2 mil. Mas a versão LTZ, bem mais completa, tem valor inicial de R$ 89,1 mil. A pintura metálica acrescenta R$ 1,3 mil ao preço. O que não dá para entender é a Chevrolet cobrando R$ 450 à mais, no branco sólido. A versão LTZ não possui opcionais, e só existe com câmbio automático de seis marchas. A garantia é de 3 anos, sem limite de quilometragem.
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