Avaliação: Nissan Sentra S
Versão de entrada é opção para quem valoriza o “custo-benefício”
Por Jorge Augusto
Fotos: Marcelo Alexandre
No final de 2013 a Nissan começou a comercializar oficialmente no Brasil, o novo Sentra. Com modificações profundas no seu visual, além de muitas melhorias em sua estrutura, o novo modelo chegou com força para conquistar um lugar ao sol, no competitivo segmento de sedans médios. O Sentra foi tão bem, que em determinados momentos do ano de 2014, chegou a ser o terceiro sedan mais vendido da categoria. A regra principal que esse sedan segue, é a do “custo-benefício”. A Nissan realmente entendeu que precisa entregar um produto bom, e principalmente acessível, para conquistar o consumidor brasileiro. Nessa avaliação trazemos a versão básica do Sentra, definida por “S”. E quem imagina que estamos falando de um carro “pé-de-boi”, certamente vai se surpreender.
Estilo
É fato que o Sentra tem um visual mais ousado, que aquele visto em gerações anteriores. Mas, ainda que o visual seja bem mais ousado, e alinhado com as tendências modernas, o novo Sentra ainda se apresenta como um carro “comportado”. Está claro que o potencial cliente do carro, ainda é o cliente tradicional.
Na frente, os faróis trazem como destaque o uso de leds para a sinalização das lanternas. A Nissan perdeu a oportunidade de utilizar esses leds como luzes de posicionamento diurnas. Esses leds são muito discretos e quando o farol esta aceso, mal se consegue vê-los.
Na traseira, as lanternas trazem um desenho moderno. O uso de leds também está presente, porém somente na iluminação do freio e das lanternas. Luzes de seta e ré continuam com lâmpadas convencionais. Mas, considerando que estamos falando de uma versão de entrada, é ponto positivo para o Sentra.
Interior
O interior não tem nada de ultra especial. O Sentra, em todas as versões, é um carro bastante espartano. Mais isso não impede dele ser confortável e funcional. O painel de instrumentos é interessante, com iluminação na cor branca. Também inclui funções como um indicador de economia. Esse mede a forma como o moto rista esta acelerando, através de uma barra de leds. O moto rista consegue melhorar consideravelmente o consumo, se dirigir mantendo a essa barra sempre com o maior número de leds acessos.
Mesmo nessa versão de entrada, o volante também traz alguns controles. Um deles é exclusivo para acessar as informações do computador de bordo. Também estão presentes os controles do som. Ainda que o Sentra ofereça controles elétricos nos vidros, apenas o do moto rista conta com a função de simples toque. Porém, a Nissan deixou a desejar não oferecendo botões com retroiluminação. À noite, fica difícil encontrar o botão certo para controlar os vidros, como também abrir as portas.
A oferta de porta-objetos é a necessária. Existem porta-latas em todas as portas, e entre os bancos dianteiros. Tanto o porta-luvas, como o porta-objetos entre os bancos dianteiros são espaçosos. Os mais atentos vão observar que o Sentra não tem mais cinzeiro. No lugar, um pequeno porta-objeto com uma tomada de 12 volts.
O Sentra ainda oferece porta-óculos retrátil no teto. As luzes de leitura utilizam leds, para maior conforto. Outro recurso que ajuda são os parassois com extensores. Solução muito útil quando o sol esta batendo de lado.
Ainda que Sentra ofereça regulagem de altura do banco do moto rista, a Nissan posicionou mal as alavancas de altura e ajuste do encosto. O local é de difícil acesso, quando a porta do carro esta fechada. E a mola de retorno do encosto do banco é muito fraca, obrigando o moto rista ou passageiro a puxar o encosto para fazer a regulagem. Outro ponto que poderia ser revisto é a regulagem do volante. Existe somente a opção do ajuste de altura, sem a profundidade. Isso torna difícil achar uma posição realmente confortável para o moto rista.
O banco traseiro tem bom nível de conforto, graças ao espaço amplo para as pernas. Aliás, o Sentra esta entre os mais confortáveis da categoria. Para mais conforto tem-se um descansa-braço escamoteável com dois porta-copos. Porém, falta saída do ar-condicionado no final do console central. Nesse lugar estão dois porta-objetos. Além disso, o cinto de segurança do banco traseiro tende a raspar no pescoço, criando certo incômodo. Ainda sim, o Sentra mostra a sua versatilidade com um porta-malas realmente amplo. No total são 503 litros para bagagens.
Os bancos são forrados em veludo e boa parte dos consoles e acabamento das portas, trazem partes acolchoadas. Um detalhe que se destaca no modelo é a boa qualidade do acabamento, que praticamente não produz ruídos, e entrega bom isolamento acústico.
Equipamentos
Nessa versão S, o sistema de som é bastante básico. Trata-se de um rádio tipo duplo DIN, com leitor de CD. Para mais conforto, existe também a conectividade Bluetooth, para uso de viva-voz com celulares. Existe também a entrada tipo P2, para ser usada com MP3 Players e um cabo. Mas não está presente a entrada USB. Isso limita um pouco a conectividade.
Outro recurso presente é o sistema de chave presencial. Com ela, é possível entrar no carro e dar a partida sem tirar a chave do bolso. Para isso, a pessoa que esta com a chave, só precisa pressionar um botão na maçaneta do carro para destrancar o veículo. E com a chave no interior do carro, basta pressionar um botão no console para dar a partida (com o pedal de freio pressionado). Porém, não existe um lugar para deixar a chave dentro do carro. Faltou um suporte, para quem ainda prefere colocar a chave no carro.
Marca presença no Sentra S o ar-condicionado de simples zona com ajuste manual. Mesmo se tratando de uma versão de entrada, estão disponíveis faróis auxiliares dianteiros. O Sentra S também incorpora o repetidor das luzes de seta, nos espelhos retrovisores laterais.
A versão S vem equipada com rodas de liga leve 16 polegadas e pneus nas medidas 205/55. Vale destacar que o estepe possa ser utilizado como pneu normal (não é do tipo “fino”), e vem com roda de ferro preta.
Motor e câmbio manual de seis marchas
O Sentra S esta equipado com um moto r flex 2,0 litros – 16 válvulas. Um detalhe muito interessante é que esse moto r utiliza a tecnologia flexstart. Não é necessário o uso do tanquinho adicional para a gasolina de partida. O sistema preaquece o etanol, em baixas temperaturas e garante uma partida sempre instantânea e segura. A potência máxima desse moto r é de 140 cavalos (tanto no etanol, quanto na gasolia). Já o torque máximo é de 20 kgfm. Porém esse torque só e atingido com 4.800 rpm. Isso faz com que o cliente precise acelerar mais o carro, para conseguir o desempenho máximo. Ponto positivo para o Sentra o fato da versão de entrada oferecer o mesmo moto r da versão topo de linha. Em concorrentes diretos como Civic e Corolla, a versão de entrada sempre traz um moto r menos potente.
E por se tratar de uma versão de entrada, o câmbio disponível é o manual de seis marchas. Com engates bem precisos, esse câmbio vai agradar inclusive clientes exigentes. O pedal de embreagem também é macio. Alguns podem notar certa “esportividade” no conjunto.
Com esse conjunto de moto r e câmbio, o Sentra S entrega um desempenho convincente. A velocidade máxima é de 190 km/h, com aceleração de 0 à 100 km/h em 9,5 segundos. Na estrada, a média de consumo apresenta-se dentro da média da categoria. Andando à 120 km/h com ar-condicionado ligado, a média de consumo é de 9 km/l com etanol e 13 km/l com gasolina.
Dirigibilidade
Fato incontestável que o Sentra é um carro confortável para ser dirigido. A direção conta com assistência elétrica, garantindo suavidade nas manobras. Além disso, a suspensão também se mostra bastante macia, sem perder a resistência necessária para encarar os buracos, lombadas e valetas. Em geral, o Sentra é um carro bastante consistente e prático. Não dá para esperar nada muito empolgante na condução, mas certamente o modelo não vai decepcionar quem precisa de um sedan médio eficiente.
Preço
O preço sugerido é de R$ 64 mil. Não existem opcionais nessa versão. O carro vem com 3 anos de garantia sem limite de quilometragem, e revisões com preços fixos. O Sentra S está entre os sedans mais baratos da sua categoria. Tão barato, que até modelos como o Honda City, custam mais caro que essa versão do Sentra, em versões intermediárias. Assim, o Sentra S é ideal para quem precisa de um sedan médio espaçoso, confortável e que oferece os principais itens de conforto.
Revista Comprecar
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