Financiamento de veículos tem melhor resultado do ano em agosto
Recursos liberados para CDC em agosto tiveram alta de 9,1% e indicam a retomada
O mercado de crédito para aquisição de veículos registrou o melhor resultado do ano em agosto. O total de recursos liberados na carteira de CDC (Crédito Direto ao Consumidor) foi de R$ 7,2 bilhões, volume 9,1% superior ao registrado em julho e 1% maior que o mesmo mês de 2015. Até então, o maior montante foi registrado em março, quando foram concedidos R$ 6,6 bilhões para financiamentos de veículos.
De acordo com balanço divulgado pela ANEF (Associação Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras), no oitavo mês do ano foram liberados R$ 6,3 bilhões para as pessoas físicas (alta de 8,9% em relação ao mês anterior, mas queda de 0,4% na comparação com o mesmo mês de 2015). Já para as pessoas jurídicas, foram concedidos R$ 896 milhões (crescimento de 10,6% em relação a julho e de 11,7% na comparação com agosto do ano passado).
Apesar de o mercado esboçar alguma recuperação no início do segundo semestre, o volume de negócios ainda reflete o receio do consumidor em investir na compra de um veículo.
No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o volume de recursos liberados para o CDC foi de R$ 51,5 bilhões, queda de 14,8% nos últimos 12 meses. Desse total, R$ 45,7 bilhões foram destinados para as pessoas físicas e os restantes R$ 5,8 bilhões, para as pessoas jurídicas (respectivamente, queda de 15,5% em relação a julho e de 8% nos últimos 12 meses).
Já na carteira de leasing, o volume liberado de janeiro a agosto foi de R$ 1,4 bilhão, o que representa um recuo de 30,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. Para as pessoas físicas, foram concedidos R$ 486 milhões (retração de 32,1% nos últimos 12 meses) e para as pessoas jurídicas, foram destinados R$ 940 milhões (volume 29,4% inferior em relação aos oito primeiros meses de 2015).
Em agosto, as operações de leasing totalizaram R$ 152 milhões, montante 7,8% superior ao registrado em julho e 50,6% inferior na comparação com o mesmo mês de 2015. Os negócios envolvendo pessoas físicas somaram R$ 121 milhões (alta de 10% em relação ao mês anterior e queda de 43,2% na comparação com o mesmo período do ano passado). Já para as pessoas jurídicas, foram concedidos R$ 31 milhões (mesmo volume liberado em julho, mas 67,4% menos em relação a agosto de 2015).
Saldo das carteiras
O saldo das carteiras de veículos totalizou R$ 166,4 bilhões, queda de 0,8% em relação a julho e de 13,5 % na comparação com os últimos 12 meses. Esse indicador corresponde a 2,7% do PIB (Produto Interno Bruto), contra 3,3% no mesmo período de 2015. O resultado representa uma redução de 0,6 pontos percentuais e equivale a 5,3% do total do crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional) e de 10,7% do total das operações de crédito – Recursos Livres.
Taxas e juros
As taxas praticadas pelos bancos das montadoras são mais atrativas para o consumidor. Em agosto, os índices foram de 1,77% ao mês e de 23,43% ao ano, enquanto os bancos independentes ofereceram taxas de 1,96% e de 26,2% respectivamente.O prazo médio das concessões se manteve em 42 meses. O prazo máximo oferecido pelos bancos é de 60 meses.
Inadimplência
A taxa de inadimplência para pessoas físicas em agosto foi de 4,6% - mesmo índice registrado em julho. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, foi registrada alta de 0,7 pontos percentuais. Já para pessoas jurídicas, o índice de não pagadores foi de 5,0% (queda de 0,2 pontos percentuais em relação a julho e aumento de 0,6 pontos percentuais na comparação com o mesmo mês do ano passado).
Na carteira de leasing, a taxa foi de 4,1% tanto para pessoas físicas como para pessoas jurídicas. Para o primeiro grupo, a queda 0,1 ponto percentual em relação a julho e de 2,3 pontos percentuais na comparação com agosto de 2015; enquanto para o segundo, houvequeda de 0,4 pontos percentuais em relação a julho e aumento de 0,7 pontos percentuais na comparação com o mesmo período.
Projeções
A ANEF refez as suas projeções para este ano. A entidade estima que o saldo de financiamento deverá ficar em R$ 155,7 bilhões, queda de 15% em relação ao resultado alcançado no ano passado, que foi de R$ 183,2 bilhões. Já o volume de recursos liberados deverá cair 15,8%, passando de R$ 92 bilhões para R$ 77,5 bilhões.
Revista Comprecar
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